terça-feira, 14 de janeiro de 2014

FILHOS, QUANDO DIZER NÃO?

Quando uma tartaruga marinha está apta a ter seus filhotes ela escolhe uma praia, geralmente a mesma em que nasceu, vai até a areia seca, cava um buraco com suas patas traseiras e bota em torno de 120 ovos. Depois de cerca de 60 dias destes ovos nascem seus filhinhos. Tartaruguinhas lindas que, graças aos instintos herdados da sua mãe, usam todas as suas forças para voltar para o mar. Na sua trajetória até o mar pode ser vítima de aves famintas, caranguejos ou então se distrair com alguma luz presente na praia e morrer desidratado com o sol quente. Infelizmente, de toda essa ninhada apenas 1 ou 2 vão sobreviver e chegar a idade adulta. Isso é cruel e duro de suportar, mas a realidade é assim.
Como é ter um filho sabendo que as chances dele sobreviver no mundo ou conseguir seguir um bom caminho são tão remotas? Como dar a eles a direção correta sem corrermos o risco de nós mesmos tomarmos a direção errada?
Todas essas questões estão presentes nas mentes de pais e mães de todas as espécies da natureza. A própria MÃE NATUREZA tenta se adaptar a todas as situações novas que seus filhos criam para ela, principalmente os mais rebeldes, no caso o homem.
Tirar uma lição para nossas vidas olhando para a natureza é olhar para uma MÃE que cuida dos seus filhos a milhões de anos. É uma mãe com experiência de sobra para repassar a todos os filhos que olhem para ela atentamente.
Se você quer que seu filho não se perca em sua trajetória então mostre para ele aonde ele deve chegar e deixe que ele chegue por si mesmo. Se quiser ajudá-lo não chegue à frente dele, mas chegue ao lado. Compreenda seu filho. Tente dar a ele o que é necessário para a sua sobrevivência assim como a própria MÃE NATUREZA faz.
Porém compreender um filho não é aceitar tudo que ele quer, é ouvir seus motivos e dizer NÃO quando NECESSÁRIO. A natureza faz isso. Ela diz NÃO ao homem quando algo não pode ser tolerado. Basta ver o homem tão preocupado com a sustentabilidade nos últimos anos. A MÃE NATUREZA disse não ao seu filho mais rebelde e ele teve que aceitar.
Ensine seu filho o valor das coisas, o valor de uma atitude e mostre as suas consequências. Dê a proporção correta a cada decisão. Aprenda a dizer NÃO com um propósito claro e não apenas para demonstrar poder. Faça do NÃO que diz hoje a ele o SIM que ele vai ganhar do SUCESSO amanhã.
Mudar a trajetória de um filho para protegê-lo dos perigos é colocar você mesmo em perigo de se perder no caminho da criação do teu filho. Ensine-o a enfrentar os perigos, não tire dele as batalhas que ele mesmo tem que batalhar na vida.
A maior lição que a natureza pode nos dar sobre como criar um filho e torná-lo um vencedor na batalha pela vida é que um filho precisa lutar sua própria guerra. Nesta guerra da vida o NÃO que ele ganha dos seus pais hoje pode ser o seu maior aliado para conquistar a VITÓRIA e o SUCESSO amanhã. Isso porque o NÃO representa a defesa contra perigos iminentes. O SIM fruto da insistência rebelde do filho por algo pode ser a máscara da sua própria derrota. É preciso ter cuidado.
O caminho você mostra e ensina como caminhar, os perigos você aponta e ensina como enfrentar, a verdade você fala, é ela que vai te libertar do medo de errar. Então você terá cumprido seu papel como um bom criador. Terá sido um BOM PAI. Imagem e semelhança do PAI e CRIADOR maior de todas as coisas.

PENSAMENTOS DE UMA VELHA TARTARUGA

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Falta do que está longe, mas insiste em estar perto...


Falta do que está longe, mas insiste em estar perto...


Sinto falta de muitas coisas que já passaram. Sinto falta das brincadeiras de criança, de subir no meu lugar na árvore. De ir posar na casa da tia porque lá tinha piscina e eu podia tomar um monte de banho. Sinto falta de varrer a calçada para poder jogar videogame. Sinto falta de ir à casa da avó e tomar alguns golinhos de coca-cola pelo bico escondido. Sinto falta de ir à casa dos amigos e ficar assistindo filmes antigos do Jackie Chan quando passava no domingo à noite na Band, quando ele ainda nem era famoso. Sinto falta de ir para a escola de dia. De sair correndo que nem um louco apenas porque bateu o sinal do recreio.
Sempre é assim. Nós sentimos falta do que vivemos quando ainda não sabíamos o que a vida é na verdade. Coisas tão simples e banais que com o passar do tempo nos dão a certeza de que tínhamos felicidade. E a felicidade é isso, é entender que a felicidade é feita de bons momentos que passamos na vida e que eles devem ser aproveitados. Viver o ontem desprezando o presente e sem esperança no futuro nos torna infelizes, porque o passado já passou e obviamente não volta. O que faremos amanhã não nos pertence. Temos planos, realizá-los é imprevisível. Mas o presente é diferente.
O que é nosso é o PRESENTE. Esta é a nossa dádiva e é por isso que tem este nome.
Quando um rio passa diante dos nossos olhos vemos que a correnteza leva muitas coisas. Pode levar vida através dos peixes que ali nadam e volta e meia até saltam para fora do rio para demonstrar sua alegria, ou podem trazer morte, através das árvores secas e sem vida que fazem do leito do rio seu cortejo fúnebre.
A nossa vida é assim também. Tem bons e maus momentos. Idas e vindas. Acertos e erros. Alegrias e tristezas. Contrapontos que nos fazem sorrir e chorar, às vezes até os dois ao mesmo tempo.
O que aproveitar da vida depende das nossas escolhas. Podemos usar as árvores mortas do leito do rio para construir uma ponte e passar por cima dele ou então uma balsa para conhecermos pontos do rio que antes não podíamos e com os galhos dessa árvore podemos fazer varas e com elas pescar os peixes que ali estão nadando.  “”
Tudo depende da sua atitude e ela não pode ser tomada amanhã, pois a vida é um rio que não conhecemos o curso.
Não lamente sua vida. O que vivemos nos trouxe até aqui. Saudade, palavra exclusivamente portuguesa, é saudável e nos indica o caminho que trilhamos.
Lamentar é querer viver o passado e não admitir seus erros. Admita que você errou. Reconheça suas fraquezas e as enfrente. A culpa também é sua, entenda isso e aprenda o que é humildade.
Faça dos seus erros a ponte para superar os obstáculos da vida. Entenda suas fraquezas e as supere tirando vida de onde sua capacidade pode alcançar. Não alcança ainda? Então construa as condições para isso. Demore o tempo que demorar, não importa. Quem luta uma batalha por dia quando for se dar conta lutou uma guerra inteira.

Pensamentos de uma Velha Tartaruga

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O que fazer com um adolescente?


O que fazer com um adolescente?

 “Este texto eu escrevi quando ainda era uma jovem e adolescente tartaruga. Precisamos olhar para o ontem para entendermos o hoje e assim planejarmos o amanhã”.

Nossa! Quanta gente falando o que devo e o que não devo fazer. Isso realmente irrita. O que vou fazer? O que quero fazer? Fazer, fazer e fazer. Todo mundo só quer saber o que fazer, mas ninguém sabe o que fazer a meu respeito. Incoerente isso não acham?
A única coisa que quero fazer é nada... E tudo!
Para que pensar nisso agora? Tenho a vida toda para pensar e para FAZER. Mas agora não quero... ou quero?
Agora fiquei na dúvida... Bom, mas isso não importa.
Falam que preciso aprender. Aprender o que? Já sei tudo que preciso para viver. Já sei que cor de roupa usar, que música ouvir, com quem andar, que festa ir... Já sei tudo que preciso para viver, pelo menos para viver o hoje. O amanhã? Ah! O amanhã eu penso depois.
Espera aí... E o amanhã? O que vou fazer? Nossa! Preciso fazer alguma coisa. Mas não é porque me mandaram, é porque eu quero. Mas o que vou fazer? O que quero fazer? Fazer, fazer e fazer. Ninguém me ajuda com o que fazer, ninguém sabe o que fazer a meu respeito. Incoerente isso não acham?
Quero fazer tudo... e nada!
Para que pensar nisso agora? Tenho toda a vida para pensar e para fazer. Tenho? E se eu morrer? E se não der tempo para me apaixonar? E se eu não conseguir? Nossa! Que saco!
Mas se apaixonar não será problema. Já me apaixonei. A que lindo é o amor. Estou amando e é para sempre. Espera! Não faça isso! Não me ama? Minha vida acabou. Não quero mais nada! Preferia morrer a essa vida inútil, sem meu amor o que vou FAZER? Fazer, fazer e fazer. Por que sempre tenho que fazer algo? Não quero mais fazer nada!
Espera... Quem é essa pessoa nova? Nunca tinha percebido... Ela está me olhando diferente... Nossa! Que paz que estou sentindo... É diferente... Quero ficar ao lado dessa pessoa... Para sempre? Não sei... mas quero... É tão bom. O que aconteceu com aquele outro amor? Amor? Não, aquilo era coisa de adolescente, não era amor.
O que? Para ficarmos juntos vou ter que mudar, melhorar, VOU TER QUE FAZER ALGO? Tudo bem. Faço o que for preciso. Sempre quis fazer. Mas não vou fazer por você, vou fazer por mim. Realmente essa pessoa me ajudou a me tornar alguém melhor. Se vai durar? Não sei. Então que seja eterno enquanto dure.

Obs.: Interessante olhar para um texto escrito por um adolescente não acham? Confuso? Só para nós que olhamos de longe para um tempo que para nós já passou. Segredo para atravessar esta fase: “Não tenha segredos”. Diga a verdade sempre, pois vai chegar o momento em que o adolescente vai buscar o caminho e o caminho vai se apresentar a ele e tudo que você plantou um dia então finalmente poderá colher. Boas sementes, bons frutos. Não desista, ele só está te testando. Não julgue o adolescente pela casca, você já foi assim um dia. A casca seca e cai, fica apenas o que importa. Pense nisso.

Pensamentos de uma Velha Tartaruga

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Quem faliu? O CASAMENTO ou os CASADOS?


Quem faliu? O CASAMENTO ou os CASADOS?


Uma frase bastante difundida nos últimos tempos é de que o casamento é uma INSTITUIÇÃO FALIDA. Dentre muitas reflexões que fiz a respeito do assunto me surgiu uma dúvida: quem realmente faliu, o casamento ou os casados?
O casamento em si sempre foi e sempre será o mesmo, porém os atores que atuam no cenário conjugal tendem a querer chamar para si toda a atenção do espetáculo e dificilmente aceitam o papel de coadjuvante na situação.
Usam o seu tempo como se o tempo não existisse. Jogam fora o que não tem sobrando. Gastam e esbanjam o bem mais precioso para o bom casamento o TEMPO CERTO.
Tenho percebido que as pessoas casam e começam a se sentir incomodados com o que acontece fora do seu casamento.
Por não serem mais solteiros e não estarem mais acompanhando as novidades que a liberdade do solteiro sempre apresenta se sentem incomodados. Como se a própria instituição do casamento e todos os caminhos que um bom casamento possui não fossem novidades suficientes para se conhecer.
Casamento vem do latim CASAMENTUM, que significa “terreno com uma habitação instalada”. Casar é construir. É preparar o terreno para abandonar a vida de solteiro e dar origem a algo novo. Casar é nascer de novo, nova criatura. Os dois se tornam um.
Se você quer que seu casamento seja mais do que aparência então saiba que não há espaço para distrações. Casamento precisa de dedicação. Não há espaço para TONS DE CINZA e nenhum outro tipo de tom que nãos sejam os TONS DO AMOR e o da DOAÇÃO COMPLETA.
Olhar pela janela de um carro em movimento enquanto você dirige é arriscado, mas colocar a cabeça para fora da janela é risco de morte iminente. O casamento é este carro em movimento, às vezes em alta velocidade, e são as tuas atitudes que dirigem o teu casamento, olhar para a vida de solteiro é tirar a atenção da direção e colocar a cabeça pela janela é querer sentir a liberdade do solteiro enquanto dirige teu próprio casamento.
Não queira culpar o casamento pelo fracasso dos casados. Faça diferente. Dê valor ao seu tempo e aproveite para construir em vez de destruir. Divida o palco e brilhe na mesma proporção, pois melhor duas estrelas de grandeza admirável juntas, do que uma ofuscando o brilho da outra.
“Casar não é casaco”, diz o ditado, mas certamente aquece o coração dos que assim fazem por merecer.

PENSAMENTOS DE UMA VELHA TARTARUGA

SUPERFICIALMENTE PROFUNDO ou PROFUNDAMENTE SUPERFICIAL?


SUPERFICIALMENTE PROFUNDO ou PROFUNDAMENTE SUPERFICIAL?


Uma tartaruga marinha pode alcançar mais de mil metros de profundidade em seu mergulho no oceano. Para terem uma ideia melhor do quanto isso é profundo, o recorde de mergulho do homem sem o auxílio de um submarino ou algo semelhante é de 86 metros, sendo que um homem comum não suportaria mais do que 20 metros sem correr o risco de perder os sentidos.
Cada um de nós temos as nossas limitações. Sejam elas físicas ou mentais, ainda assim são limitações presentes e intransponíveis. Se para o homem é impossível ir tão profundo quanto uma tartaruga marinha num mergulho livre no oceano, para a tartaruga é impossível se locomover com agilidade e rapidez em terra firma, sendo impossível andar grandes distâncias.
Se em algumas situações mergulhar profundamente em uma questão ou ir longe com o assunto é algo vantajoso, em outras é extremamente fatal insistir.
A profundidade de uma ferida, por exemplo, pode determinar a vida ou morte de uma pessoa. Algumas questões ou situações exigem um debate ou análise profunda e cuidadosa. É preciso ir longe para não sermos injustos ou incoerentes. Mas se isso significar ir além dos limites do outro é algo que precisa ser pesado se realmente vale a pena.
Forçar alguém que você ama a ir além do que ele pode suportar é contribuir decisivamente para o fracasso da relação que unem vocês dois. É aprofundar em um mergulho onde não se pode suportar muito tempo. É tornar uma ferida tão profunda que a morte será inevitável.
Quer mergulhar profundamente no passado de alguém? Quer ir longe numa discussão onde somente você tem razão? Cuidado! Você pode não suportar o mergulho ou a pessoa pode se cansar com um tão extenso e infindável debate. Terminar sozinho e culpado por não compreender os limites do outro não é algo que esperamos, mas se não buscarmos compreender os limites um do outro é o que iremos colher no final.
Alguns nascem para mergulhar profundamente outros para se mover com inteligência e habilidade. Independente da sua origem, todos nascemos para conhecer nossos limites e ir tão profundamente ou tão longe quanto eles permitirem. Respeite isso e viva. Respeite isso e conviva.

Pensamentos de uma Velha Tartaruga

O que é o TEMPO? O que é a VIDA?

O que é o TEMPO? O que é a VIDA?


O tempo é a medida que o homem criou para se medir o quanto ele mesmo vive nesta Terra. Não existiria sentido para criar o tempo se o homem fosse eterno. Se nós não morrêssemos para que então medir o tempo? Para que avaliar ciclos do universo, estações, anos, meses ou dias se o homem fosse estar para sempre por aí, experimentando a eternidade?
Mas o homem morre e ponto. Não só o homem morre. Tudo que é vivo um dia morre.
Geralmente esperamos a morte apenas com o fim da respiração, da pulsação ou das atividades cerebrais. Mas a morte pode vir antes e é essa a mais cruel de todas – se é que morrer é cruel, já que todos estão sujeitos a tal fato – pois o moribundo em questão vê lentamente a dor da morte lhe consumindo.
A atriz principal do espetáculo da morte antes da própria morte é a REALIDADE. A realidade que todos negam ou evitam, como evitam o próprio assunto morte. Mas ambas estão tão perto de nós, tão “VIVAS” entre nós que não pensar nelas é ignorar a própria VIDA.
Sou apenas uma velha tartaruga, que vive há muitos anos e que fez desses anos uma busca constante em saber de tudo que a VIDA tem para ensinar. O que aprendi agora eu compartilho com vocês: descobri que a VIDA nos ensina como morrer melhor, como fazer nossa vida valer a pena e não ter sido em vão.
Todos podem aprender com a VIDA. Aprender a olhar para o seu lado, ou para o que está diante dos seus próprios olhos e reconhecer a VIDA.
Para alguém aprender a como fazer bem uma jornada precisa realizá-la primeiro e a VIDA é uma grande jornada. Na verdade é a única verdadeira jornada que trilhamos no correr do tempo que nos cabe, afinal tudo o que fazemos contribui para o trilhar do nosso caminho e a chegada ao seu destino final. A questão não é aonde chegar, mas como chegar!
Não se lamente pelo que morreu, aprenda que para tudo tem o seu tempo. Já que o homem criou a medida da VIDA e a chamou de TEMPO, então a use a seu favor.
Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. Há Tempo de sorrir e tempo de chorar, enfim, para tudo tem seu tempo. Mas sempre é tempo de aprender com o próprio tempo, e APRENDER é sinônimo de VIVER, pois quando aprendemos passamos a entender algo melhor fazendo do pouco tempo um tempo de VIDA e não de morte.
Viva e aprenda, ou melhor, APRENDA E VIVA!

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